quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Imagem realmente é tudo

A tendência é a aproximação, cada vez maior, das grandes marcas com o público


Callebe Bueno

Thiago Machado


Logo na abertura do curso Novas Mídias no Contexto Social, a palestrante Pollyana Ferrari, Doutora em Ciências da Comunicação pela ECA/USP e jornalista com vasta experiência no mercado, sentenciou: “Imagem é tudo!”. Com a Web 2.0, na qual o conteúdo é ativo, ou seja, é produzido pelos próprios usuários, as grandes marcas e as mídias precisam mais do que nunca estabelecer um vínculo, compartilhar e trocar experiências com seu público. “Atualmente, 23% das marcas estão presentes no Twitter e este número tende a crescer nos próximos anos”, comenta.


Essa aproximação das marcas com o público, utilizando a internet como ferramenta principal, é benéfica e melhora a imagem das empresas. "Até o Vaticano tem um canal próprio no YouTube. Isso ajudou a melhorar a imagem do Papa Bento XVI, aproximando a Igreja das pessoas", afirma a palestrante. Antes da Web 2.0, o boca a boca (espaço para os usuários comentarem) era ‘invisível’ na internet, as empresas desenvolviam seus produtos internamente, sem abrir espaço para o público e a única fonte de informação era a mídia. “Mas hoje tudo mudou”, diz Ferrari.



Pollyana Ferrari palestra "Eu, mídia" no ISCA Faculdades


E esta mudança se reflete no Brasil. Segundo o Ibope, 70 milhões de brasileiros estão conectados à internet, ocupando o primeiro lugar em navegação/horas no mundo. Em redes sociais também estamos entre os primeiros. São 55 milhões de usuários no Orkut e atualmente ocupamos o segundo lugar em acessos ao Twitter. “O brasileiro gosta de tecnologia. As lan houses pipocam nos mais variados cantos do país, até nas favelas elas estão presentes”, afirma.


Mas de nada adianta os números e estatísticas favoráveis ao crescimento da internet no país, sem que haja uma mudança na mentalidade das marcas, buscando aproveitar esta fatia de mercado que se mostra tão atrativa. Ferrari comenta que o formato tradicional da TV aberta está envelhecendo, e que, se não ocorrer uma mudança, a internet pegará esse público. “O Jornal Nacional vai mudar seu formato de apresentação e, inclusive, o William Bonner, em seu Twitter, abre espaço para o público opinar sobre isso. Imaginem a Fátima Bernardes apresentando igual uma VJ da MTV?”, comenta, provocando risos na platéia.


O jornalismo on line talvez seja a mídia que conseguiu absorver e compreender melhor as constantes mudanças da internet. Hoje os blogs são fontes de notícias, os Twitters dão ‘furos’ na grande imprensa e, com isso, surgiu uma nova maneira de informar, mais democrática, mais participativa, em que as pessoas também fazem parte do sistema. No futuro, a interação das marcas com o público será numa escala muito maior e a fatia das grandes mídias em todo o processo comunicativo irá diminuir. Diversidade será a palavra chave e a imagem continuará valendo, e muito.

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